cão solteiro & miguel-manso . loja/ poço dos negros 120 .
dezembro 2010


...............................................................................................

................................................................................................

26.5.10

.

um espectáculo talvez um pouco mansudo

.

troca de cromos

santo subito marktest

19.5.10

sem esforço, sem propósito, sem utilidade

nicolás combarro : obra negra

auréola capilar

.

.

.
.
.


.
.
.


.

"in search of the miraculous"

14.5.10

"mout mi semblatz de bel aizin"

Dear Miguel,
the problem of this verse is of course a problem of translation, considering that there is no equivalent for the word "aizin" in modern languages. 
"Aizin" means "side space", "dependency" but in a topographical way, a building that is the dependency of a main construction, an "adjacent" space.
Modern French translator argue in this direction, which would mean:

"Mout" - a lot - 
"mi semblatz" - you seem to me 
"de bel aizin" - from a beautiful adjacency

"Vous me paraissez de fort bel ..."  and then we need a proper word to translate "aizin"
several solutions
The author refers to LOVE as a central construction, or garden, or building, and to "aizin" as a place dependant from this garden of love from which the lover would come. But it also means that the lover is beautiful.

Or you choose to translate "aizin" by "aisance", for its phonic proximity, but the meaning is quite blurry,

Or you choose to translate "aizin" by "condition", but you loose the garden/architectural reference

Or you choose to translate "aizin" by "dépendance", and you imply a second meaning of dependency to love - being dependant - that did not exist in the original

My choice would be the last one, 

"Vous me paraissez de fort belle dépendance"


je t'embrasse

Jean-Baptiste

13.5.10

nº15

10.5.10

um still de mila jovovich

6.5.10

[paixão pela paixão, tinha?]

li algures que o gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
quando alguém morre também eu quero saber da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música,
pelo talento de algumas palavras para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?
e então indago de mim se eu próprio tenho paixão,
se posso morrer gregamente,
que paixão?
os grandes animais selvagens extinguem-se na terra,
os grandes poemas desaparecem nas grandes línguas que desaparecem,
homens e mulheres perdem a aura
na usura,
na política,
no comércio,
na indústria,
dedos conexos, há dedos que se inspiram nos objectos à espera,
trémulos objectos entrando e saindo
dos dez tão poucos dedos para tantos
objectos do mundo
e o que há assim no mundo que responda à pergunta grega,
pode manter-se a paixão com fruta comida ainda viva,
e fazer depois com sal grosso uma canção curtida pelas cicatrizes,
palavra soprada a que forno com que fôlego,
que alguém perguntasse: tinha paixão?
afastem de mim a pimenta-do-reino, o gengibre, o cravo-da-índia,
ponham muito alto a música e que eu dance,
fluido, infindável,
apanhado por toda a luz antiga e moderna,
os cegos, os temperados, que não, que ao menos não me encontrasse a paixão e eu me perdesse nela
a paixão grega


Herberto Helder

5.5.10

NADA

.



.